Histórico:

A Ponte dos Ingleses teve sua construção iniciada em 04 de setembro de 1921, quando foi encravada sua primeira estaca. Originalmente, pretendia-se utilizá-la como um píer, destinada a apoiar o embarque e desembarque de passageiros e cargas, em substituição a um píer já existente.

A construção ficou sob responsabilidade da empresa inglesa Norton Griffiths & Co. Ltd., por isso começou a ser apelidada de Ponte dos Ingleses. Em 1923, a Ponte dos Ingleses teve sua obra interrompida devido a questões financeiras. A ideia era ter 800 metros de comprimento, mas só 130 foram finalizados. Ao passar do tempo, sem serventia para o objetivo original, a população fortalezense foi se apropriando do espaço para outras finalidades. Além disso, tornou-se um atrativo turístico para aqueles que visitavam a capital do Estado do Ceará.

Apreciadores da natureza, jovens procurando lazer e aventura, boêmios buscando inspiração nas noites de luar ou ponto de encontro de casais apaixonados, várias gerações de públicos adotaram a Ponte dos Ingleses como lugar afetivo e marcante da cidade. Um espaço especialmente relevante para a comunidade do Poço da Draga, que desde 1906 vivencia a ocupação da antiga área portuária e se relaciona intimamente com seus lugares de memória, nesse sentido o patrimônio cultural também assume uma simbologia da resistência e da luta por melhores condições de moradia e contra especulação imobiliária.

Descrição:

Em 1989, a Ponte foi tombada e, em 1990, iniciou-se uma grande reforma, que levou em conta a situação estrutural e a aplicação de intervenções que proporcionassem lazer aos usuários, sem descaracterizar a historicidade da construção. No presente projeto, a laje de concreto armado foi completamente removida e substituída por madeira. Além disso, também foram colocados guarda-corpos de madeira em toda a extensão. A parte inicial da ponte, antes do acesso ao piso de madeira, foi composta por um piso cimentado nas áreas dos quiosques, enquanto as outras áreas foram construídas com pedra portuguesa.

Já no trecho com laje de madeira, foi instalada uma guarita destinada a ser um ponto de informações e à polícia. No decorrer da extensão da ponte também foram instalados mais dois quiosques, um restaurante e um palco para shows. Também foi colocado um observatório marinho. Foi inserida, no final de sua estrutura, a obra de arte “La Femme Bateau” do artista Sérvulo Esmeraldo, em formato de barco a vapor, em que a fumaça se converte em farta cabeleira feminina.

Em 2018, a Ponte dos Ingleses foi novamente interditada por apresentar elevado grau de deterioração. Uma nova reforma foi realizada e a Ponte foi reaberta em 2024, com a reconstrução das estruturas de madeira, como os quiosques e a torre de observação. A iluminação também foi atualizada, com uma escadaria reformada, rampas de acesso e colocação de vidro em parte do guarda-corpo.   

Situação atual:

Um ponto de encontro para turistas e moradores locais, que frequentam a Ponte para apreciar o pôr do sol, as noites de lua cheia, praticar surf e observar golfinhos que nadam nas proximidades. No geral o estado de conservação de toda a ponte é muito bom. Faltam atividades que promovam visitações guiadas rotineiras de escolas, turistas e interessados na história desse patrimônio cultural.

Legislação:

Lei municipal 6.512/1989, DOM, n º de 28/11/1989.

Como chegar: As linhas abaixo têm rotas que passam perto de Praia de Iracema

Ônibus: 071 ANTÔNIO BEZERRA / BRT / MUCURIPE,  073 SIQUEIRA / BRT / PRAIA DE IRACEMA ,  077 PARANGABA / MUCURIPE ,  906 CAÇA E PESCA / SERVILUZ / CENTRO ,  303 CUMBUCO / BEIRA MAR, entre outras.

Agenda Cultural: Acompanhar programação cultural no instagram @culturadefortaleza.

Funcionamento: Aberta 24 horas, todos os dias.

Contato: (85) 31051146

Localização: Ponte dos Ingleses – R. dos Cariris – Praia de Iracema, Fortaleza – CE

Acessibilidade: Existência de banheiros adaptados, rampas com corrimões.

Possibilidades de Educação patrimonial:

• Disciplina/Série Escolar: História – 3º Ano Fundamental.
• Objeto de Conhecimento: O lugar em que vive e a produção dos marcos da memória: os lugares
• de memória (ruas, praças, escolas, monumentos, museus etc.).
• Habilidades: Identificar os patrimônios históricos e culturais de sua cidade ou região e discutir as razões culturais, sociais e políticas para que assim sejam considerados.
• Tema: A escolha dos bens culturais que serão considerados patrimônios..
• Sugestão de atividades: Refletir sobre as razões da patrimonialização da Ponte dos Ingleses e sua relação com a comunidade do Poço da Draga; Pesquisar sobre a história de seu bairro/comunidade, buscando identificar quais as referências culturais locais; Os alunos se dividem em grupos e apresentam a(s) referência(s) que ele acreditam que  deveriam ser consideradas patrimônios e as razões da(s) escolha(s).

Referências:

MAIA, J. B. Lembrar é viver de novo. In: SOUZA, S.; PONTE, S. R. Roteiro sentimental de Fortaleza. Fortaleza: Edições Universidade Federal do Ceará, 1996. 216 p. ISBN broch.

Lucas, Sarah Oliveira. História e aspectos construtivos da nova obra de recuperação da Ponte dos Ingleses em Fortaleza/CE /2022.

 Disponível em  https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/76883